A bandeira
imperial do Brasil foi criada, originalmente, como pavilhão pessoal do Príncipe Real
do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, a pedido de D. Pedro de
Alcântara, ainda como príncipe-regente. Seu autor foi Jean-Baptiste Debret, ainda que fontes divirjam
sobre um possível coautor: alguns afirmam ter sido José Bonifácio de Andrada e Silva,
outros, D. Leopoldina[O fato é que,
entre setembro e dezembro de 1822, o pavilhão passou a ser utilizado para
representar a nação após sua independência, ainda considerada um reino. Apenas
com a sagração de D. Pedro I como imperador é que foi substituída a coroa real
do brasão pela imperial.
A nova
bandeira ainda preservava muitos dos elementos do antigo reino e seu brasão,
como a esfera armilar e a cruz da Ordem de Cristo, era muito
semelhante ao da bandeira cisplatina. Novos elementos foram
introduzidos: a combinação auriverde e a ordenação de três figuras no campo,
presentes até hoje na bandeira, bem como os ramos de café e tabaco, ainda
utilizados como suportes do brasão nacional. Sobre os significados dos
elementos, contudo, muito se especula, uma vez que nada consta no decreto que
instituiu o pavilhão.
Outro
decreto, que institui o laço nacional do Brasil e que também
é datado de 18 de setembro de 1822, assim determina as cores escolhidas: "(…)
será composto das cores emblemáticas – verde de primavera e amarelo d'ouro".
Por coincidência ou não, as cores verde e amarela haviam sido as inicialmente
propostas em 1821, pelo deputado Manuel Gonçalves de Miranda, às Cortes
Constituintes Portuguesas, para o novo laço nacional do Reino Unido
de Portugal, Brasil e Algarves. Estas cores haviam sido preteridas por serem
consideradas cores maçônicas, tendo as Cortes preferido as cores azul e branca. Ainda,
em 29 de setembro de 1823, um agente
diplomático do Brasil junto à corte de Viena teria descrito a nova bandeira a Metternich,
explicando ser a cor verde em referência à casa de Bragança, da qual fazia parte D. Pedro I,
ao passo que a amarela simbolizaria a casa de
Habsburgo, da qual fazia parte D. Leopoldina .
D. Pedro I teria possivelmente escolhido o verde para representar sua casa em
decorrência de ser essa a cor do dragão,
figura heráldica associada aos Braganças .
O dragão, como divisa dinástica, seria explorado em diferentes objetos durante
o Primeiro Reinado. Os ramos de café e tabaco,
colocados como suportes, representavam as duas culturas que
passavam a destacar-se na produção nacional. As estrelas, dezenove,
representavam as províncias de então, inclusive a Cisplatina. O brasão
apresenta elementos já utilizados para simbolizar o Brasil desde, pelo menos, o
século XVI (a cruz e a esfera armilar).
A única
alteração efetuada na bandeira imperial ocorreria já no Segundo
Reinado, quando, por volta de 1870, D. Pedro II resolveu acrescentar a
vigésima estrela para adequar o pavilhão à organização territorial do país, ato
que careceu de instrumentação jurídica formal: a perda da Cisplatina foi compensada
pela criação de duas províncias: Amazonas e Paraná,
resultado da divisão das províncias do Grão-Pará e
de São Paulo
respectivamente Ainda que seus significados tenham mudado, muitos
dos elementos da bandeira imperial permaneceram após o advento da República.
Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
Bandeira do Império do Brasil durante o Primeiro Reinado (19 estrelas).
Bandeira do Império do Brasil durante o Segundo Reinado (20 estrelas).
Hipotética bandeira armorial do Reino do Brasil.
POR GABRIEL ROLIM
😀😀
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