terça-feira, 14 de junho de 2016

Crise do Império x Crise Atualmente. - Como foi e por que caíram

O Império era sustentado pela aristocracia agrária que dependia do trabalho escravo. D. Pedro II não encarava os republicanos como adversários e muitos destes aceitavam conviver com a monarquia desde que sua fonte de lucro (baseada na exploração brutal dos negros-coisas) fosse mantida. O pacto tácito de convivência com a família real foi desfeito em razão da libertação dos escravos. A inovação uniu os escravocratas monarquistas e republicanos, empurrando-os para a oposição ao regime. Sem base de sustentação o Império caiu. A queda do Imperador não acarretou um retrocesso. A escravidão não foi restaurada. Algo pior ocorreria aos ex-escravos. Eles se amontoaram nas periferias das cidades e foram silenciosamente ignorados pelo novo Estado republicado. O ex- escravos não receberam terras, compensação econômica, educação, direito a voto ou cidadania plena. Eles estavam num outro Brasil dentro do Brasil. Suas demandas sociais não existiam, pois eles não pertenciam à sociedade brasileira (branca e elitista). Dilma Rousseff foi eleita pelo povo, mas sua base de sustentação econômica é o empresariado nacional que realiza obras públicas e presta serviços ao Estado e às estatais. As empresas de comunicação (nacionais e mistas) e as indústrias estrangeiras que operam em nosso país apoiaram o derrotado projeto neoliberal de Aécio Neves. O escândalo da Lava Jato explodirá com muitos políticos, mas parece óbvio que ele produzirá mais dano à base econômica de Dilma Rousseff do que aos empresários aliados a Aécio Neves. É por causa disto que a situação da presidente neste momento é parecida com a de D. Pedro II, pois a base de sustentação de seu governo está contra ela. O que parece óbvio é que tanto a sociedade da época de Dom Pedro como a sociedade de agora sofre grandes mudanças. Vemos muitas semelhanças entre a queda de Dom Pedro e de dilma, e um ponto muito forte é a mudança que ocorreu na época de Dom Pedro e certamente ocorrerá agora.

 



POR GABRIEL ROLIM

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