O Império era sustentado pela aristocracia agrária que dependia do
trabalho escravo. D. Pedro II não encarava os republicanos como adversários e
muitos destes aceitavam conviver com a monarquia desde que sua fonte de lucro
(baseada na exploração brutal dos negros-coisas) fosse mantida. O pacto tácito
de convivência com a família real foi desfeito em razão da libertação dos
escravos. A inovação uniu os escravocratas monarquistas e republicanos,
empurrando-os para a oposição ao regime. Sem base de sustentação o Império
caiu. A queda do Imperador não acarretou um retrocesso. A escravidão não foi
restaurada. Algo pior ocorreria aos ex-escravos. Eles se amontoaram nas
periferias das cidades e foram silenciosamente ignorados pelo novo Estado
republicado. O ex- escravos não receberam terras, compensação econômica,
educação, direito a voto ou cidadania plena. Eles estavam num outro Brasil
dentro do Brasil. Suas demandas sociais não existiam, pois eles não pertenciam
à sociedade brasileira (branca e elitista). Dilma Rousseff foi eleita pelo
povo, mas sua base de sustentação econômica é o empresariado nacional que
realiza obras públicas e presta serviços ao Estado e às estatais. As empresas
de comunicação (nacionais e mistas) e as indústrias estrangeiras que operam em
nosso país apoiaram o derrotado projeto neoliberal de Aécio Neves. O escândalo
da Lava Jato explodirá com muitos políticos, mas parece óbvio que ele produzirá
mais dano à base econômica de Dilma Rousseff do que aos empresários aliados a
Aécio Neves. É por causa disto que a situação da presidente neste momento é
parecida com a de D. Pedro II, pois a base de sustentação de seu governo está
contra ela. O que parece óbvio é que tanto a sociedade da época de Dom Pedro
como a sociedade de agora sofre grandes mudanças. Vemos muitas semelhanças
entre a queda de Dom Pedro e de dilma, e um ponto muito forte é a mudança que
ocorreu na época de Dom Pedro e certamente ocorrerá agora.
POR GABRIEL ROLIM
Parabéns Gabriel!😀
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